12.10.06

Mais do mesmo - modificado

O mesmo modificou-se para acompanhar a contemporaneidade. O fascismo tem sua versão neo; o populismo também, assim como o liberalismo. É assim que identifico nos dois candidatos do segundo turno presidencial apenas o reaparecimento do retrocesso: ambos são neo-liberais. Contudo, Alckmin encarna em sua candidatura-chuchú aquilo que Boaventura Sousa Santos chama de fascismo societal - um neo-fascismo que ultrapassa os limites do fascismo político de Mussolini e alcança o mais profundo tecido moral de uma sociedade. Decidi, então, que é melhor votar no projeto neo-populista do sapo barbudo. No primeiro turno anulei meus votos votando na legenda 99 (com excessão do voto dado em Wagner-13 para governador com o intuito único de derrotar o carlismo) por considerar o voto em primeiro turno um voto de concordância programática - a qual não tenho com nenhum projeto político existente hoje em nosso país. No segundo turno, no entanto, vale o voto estratégico, não-passional, racional. E é aí que o projeto do lulismo com toda a sua mediocridade intrínseca consegue ser ainda melhor do que o projeto neo-fascista societal. Voto Lula, voto 13. Argh! Como me dói dizer isso...


3 comentários:

Anônimo disse...

Você não precisa vomitar um scrap tão "pop" como este. Na política, que não combina com moral, devemos ter vigor ou coragem cívica(Heller) para defender nossas opiniões. Diria como sugestão de troca da últia frase: "voto lula, voto 13. A história dá voltas..."
Fui, um abração!

Cláudio André

Felippe Ramos disse...

Política tem muito a ver com moral. Engano seu pensar o contrário. Política não tem a ver com moralismo, que é bem diferente. A própria concepção política advogada pelo indivíduo deita suas origens em seu acúmulo moral: defender a justiça social, o desenvolvimento ou a sociedade de consumo e a exclusão estão intimamente ligadas à moral. O que transcende o comportamento ético propalado pela mídia nacional. Ao dizer que voto em Lula com asco, apenas digo que discordo tanto de sua moral quanto de seu projeto (ou ausência de) político. Mas entre isso e o fascismo societal, fico, enojadamente, com o primeiro.

Tiago disse...

dói nada, que eu sei