5.12.06

Sempre um homem no deserto

Lá vai o homem do deserto.
Conhece em profundidade mistérios da humanidade.
Conhece satisfatoriamente a arte da pulsão de vida.
Controla a seu bel-prazer a angústia da pulsão de morte.
Escreve a respeito da dor e do prazer como escreveria um poema tolo.
Respira a existência hiper-sensível ultra-experienciada.
Resvala-se na multidão acumulada ao redor.
Alegra-se em conjunto e pranteia em solidão.
Divide suspiros em momentos de insensatez.
Guarda carinhosamente a derrota em se tratando de amor.
Manuseia máscaras como em belos carnavais de outrora.
Lá vai o homem do deserto.
Sempre um homem no deserto.

Um comentário:

Cristiano Contreiras disse...

sempre a intensidade nos passos, no cotidiano.